Ocorrência de Aspergillus
sp em pacientes com sinusite crônica
Rêgo, R.S.M1; Magalhães,
K1; Melo, F2; Silveira, N.S.S3.
1Laboratório Diva Montenegro - LAPAC; 2Universidade de Pernambuco
- UPE; 3Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE.
A Sinusite, inflamação da mucosa dos
seios paranasais, pode ser decorrente de alterações
anatômicas, processos infecciosos, alérgicos ou da
carga fúngica ambiental.
Materiais e métodos
Estudo de 4 casos de pacientes com sinusite crônica:
• Caso 1 - Pct. Masc., 42
anos, portador de Desvio de Septo Nasal (DSN) com antecedentes de
Rinite Alérgica (RA). Após rinoplastia e septostomia
eliminou pelas fossas nasais, secreção amarronzada
e espessa, que foi processada em meios de Ágar Sabouraud-cloranfenicol
e Ágar sangue para análise microbiológica.
• Caso 2 - Pct. Masc., 50
anos, portador de linfoma com queixas de obstrução
nasal. Foram recolhidos fragmentos teciduais pardo-amarelados por
cirurgia endoscópica para exames histopatológico e
cultura micológica em Ágar Sabouraud-cloranfenicol.
• Caso 3 - Pct. Fem., 42
anos, portadora de DSN, RA e sinusites de repetição.
Durante septoplastia e sinusectomia foi recolhido de seio maxilar,
material de aspecto friável para a realização
de pesquisa micológica, em KOH a 30%, e exame histopatológico.
• Caso 4 - Pct. Fem., 69
anos, com antecedentes de sinusite crônica. Após procedimento
invasivo craniano desenvolveu processo inflamatório com cefaléia
e sinais obstrutivos. Realizada punção da base do
crânio, com retirada de secreção purulenta,
procedeu-se à cultura micológica em Ágar Sabouraud-cloranfenicol.
Resultados
• Caso 1 – O cultivo
em Ágar Sabouraud-cloranfenicol demonstrou crescimento de
colônias de Aspergillus sp (Figura 1).
• Caso 2 - O exame histopatológico,
em coloração de Hematoxilina-eosina evidenciou hifas
septadas e cabeças aspergilares; a cultura micológica
em Ágar Sabouraud-cloranfenicol desenvolveu colônias
de Aspergillus sp (Figura 2).
Figura 2
– Corte histológico mostrando cabeça aspergilar
(A) Hematoxilina-eosina 400 X; Aspecto macromorfológico de
colônias de Aspergillus sp brancas e algodonosas
no início, adquirindo a coloração cinza-esvedeada
(B).
• Caso 3 - O exame micológico
direto e o exame histopatológico corado pela Hematoxilina-eosina
indicaram a presença de hifas septadas, grosseiras, algumas
mostrando dicotomia com filamentos em ângulo agudo (Figura
3). A cultura micológica não foi realizada, pois a
amostra encontrava-se fixada em formol.
Figura 3 –
Exame microscópico direto de amostra colhida de seio maxilar
onde se notam fragmentos micelianos septados hialinos (A) KOH 400
X; Corte histológico da mesma amostra evidenciando hifas
septadas, algumas em dicotomia com filamentos em ângulo agudo
(B, C) Hematoxilina-eosina 400 X.
• Caso 4- Em Ágar Sabouraud-cloranfenicol
houve crescimento de colônias brancas no início, depois
cinza-esverdeadas, veludosas que após microcultivo foi identificado
como Aspergillus fumigatus (Figura 4).
Figura 4 –
Aspecto macromorfológico de colônias de Aspergillus
fumigatus (A); Micromorfologia mostrando conidióforo
liso, incolor com vesícula hemisférica, uma camada
de fiálides, muito densa só na sua porção
superior; conídios globosos, alguns rugosos ou equinulados
(B, C) Lactofenol Azul-algodão 400 X.
Conclusão
É de suma importância
a investigação fúngica em sinusite crônica
principalmente maxilar, unilateral, com rinorréia espessa
e escura sem resposta à terapia antibacteriana; evitando
desta forma, complicações decorrentes dessa patologia,
como o abscesso cerebral e a meningite.
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